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05/12/2024
In today’s edition:
🚗 O delicado momento da Volkswagen na Alemanha;
🔥 As notícias que estão em alta no mundo dos negócios;
🎧 A retrospectiva mais aguardada do ano;
💰 Economia da China supera a soma de vários países asiáticos;
📹️ Os melhores conteúdos que vimos pela internet.
CASE
Volkswagen está na corda bamba no Velho Continente
(Imagem: Euronews)
A Volkswagen, um símbolo da engenharia alemã, enfrenta talvez o maior desafio de sua história, vendo seu valor de mercado despencar para níveis não vistos desde o pós-crise financeira de 2008 ou o escândalo das emissões da VW em 2015.
A administração precisa encontrar bilhões em economias de custos para estabilizar o negócio e está rompendo com suas regras tradicionais para consegui-los.
Ao considerar o fechamento de fábricas na Alemanha pela primeira vez em seus 87 anos de história, a empresa se colocou contra sua enorme força de trabalho e os órgãos governamentais de cidades construídas ao redor de suas indústrias.
O movimento deixou muitos se questionando: será que a VW perdeu o seu rumo?
Primeiro, um pouco de contexto 📚
Os carros são parte essencial da identidade econômica e industrial moderna da Alemanha, e o grupo VW personifica isso em escala global ao empregar 680 mil pessoas e ter dezenas de locais de produção.
A empresa é proprietária de várias marcas conhecidas, algumas voltadas para famílias com grande poder aquisitivo, como Porsche e Lamborghini, enquanto outras atendem ao seu público-alvo principal, como a Škoda.
Seu nome significa "Carro do Povo", e a empresa foi criada em 1937 com o objetivo de produzir veículos que todos os alemães pudessem comprar. Em 1955, houve uma grande celebração para marcar o milionésimo "People’s Car", o Fusca, desde a guerra.
Décadas depois, em 2023, o portfólio da VW gerou € 320 bilhões em vendas, equivalente à cerca de 7,5% do PIB da Alemanha naquele ano. Mas então o que está dando errado?
Carros elétricos: Uma dor de cabeça ⚡️
A crise atual remonta ao escândalo do diesel em 2015. Ele custou à empresa bilhões de euros entre multas, recalls e outros aspectos, além de forçar uma mudança rápida para veículos elétricos, para a qual a empresa não estava preparada.
A marca Volkswagen queria criar uma cadeia de suprimentos verticalmente integrada, e parte disso incluía construir suas próprias instalações de fabricação de baterias e uma unidade de software interna.
Acontece que criar software é muito diferente de produzir carros. A Tesla, por exemplo, está bem à frente porque se destaca em todas as três áreas: baterias, veículos e software.
Na era dos motores a combustão, a empresa ainda conseguia fabricar veículos que as pessoas queriam. Com a transição para EVs, ela não está conseguindo confeccionar algo que as pessoas desejam ou têm condições de comprar.
Um reflexo desse obstáculo enfrentado pela maior montadora da Alemanha — junto à remoção dos incentivos do governo em 2023 — foi a queda de 69% nas vendas de veículos elétricos no país em agosto.
(Imagem: Bloomberg)
No século 21, a leitura de muitos é que falta à marca Volkswagen — e ao grupo em sua totalidade — um "Carro do Povo" elétrico para estimular a adoção de EVs na Alemanha. O que nos leva a outro grande problema… A China.
A montadora alemã está ativa na 2ª maior economia do mundo há décadas. No entanto, enquanto a China enfrenta sua desaceleração econômica, seus fabricantes locais de automóveis estão produzindo veículos elétricos competitivos às custas da VW.
Basta observar a composição do mercado de EVs no país. As montadoras chinesas ganharam uma fatia considerável, enquanto marcas alemãs, incluindo as do grupo Volkswagen, não figuram no TOP-5.
Fora isso, as marcas chinesas têm aumentado sua presença na Europa, o que levou a Comissão Europeia a aumentar as tarifas sobre veículos elétricos fabricados no país asiático que podem chegar até 45,3%.
A batalha contra sua força de trabalho 👷
A administração da marca Volkswagen declarou que até 3 das 10 fábricas que ela possui na Alemanha podem estar em risco de fechamento ou reestruturação.
A pressão sobre sua força de trabalho é sentida intensamente em Wolfsburg, local da primeira fábrica da empresa. Caso deixasse de existir por lá, a cidade também desapareceria. E na Alemanha, neste ponto, há menos empregos estáveis do que antes.
(Imagem: Volkswagen)
Na prática, perder um emprego na linha de montagem da VW significa perder um trabalho bem pago na classe média e de colarinho azul. Hoje, há cerca de 140.000 funcionários alemães na marca.
Um possível componente de uma VW reestruturada é dar uma nova vida às fábricas. Há precedentes de venda de uma unidade para outra montadora ou para outra empresa, garantindo que os empregos sejam preservados.
No entanto, se isso se concretizar, a Alemanha poderia ter que lidar com uma ironia problemática: um dos compradores mais prováveis de qualquer planta da Volkswagen seria um fabricante chinês.
Looking forward: A reestruturação da Volkswagen está sendo liderada por Oliver Blume, CEO do grupo, que tem enfrentado fortes críticas, especialmente devido às negociações tensas com sindicatos e o impacto político das decisões sobre fábricas.
Nessa segunda-feira, cerca de 100 mil trabalhadores da Volkswagen na Alemanha fizeram a maior greve desde 2018. A tensão parece longe de acabar…
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GRÁFICO DO DIA
Com uma produção econômica de US$ 18,27 trilhões em 2024, o PIB da China é quase US$ 2 trilhões maior do que a soma de 30 economias asiáticas combinadas: US$ 16,5T.
Essa lista de 30 países inclui pesos pesados do continente como Japão, Índia e Coreia do Sul — 4ª, 5ª e 12ª maiores economias do mundo —, mas não inclui nenhuma nação do Oriente Médio. Mais de 2,9 bilhões de pessoas habitam esse bloco, em comparação com os 1,4 bilhão de residentes da China.
De 2012 a 2021, a contribuição da China para o crescimento econômico global foi de 38,6%, mais do que os países do G7 juntos.
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BIZ HISTORY
Resumindo o seu ano em menos de 5 minutos
(Imagem: Spotify)
Além das comemorações, outra coisa bastante popular no final de cada ano é a tal retrospectiva. Nesse quesito, poucas empresas conseguem usar isso como estratégia de marketing tão bem quanto o Spotify.
Só em 2023, o “Wrapped”, que mostra quais músicas, podcasts e artistas você mais ouviu no ano, engajou um recorde de 227 milhões de usuários ativos mensais.
Como tudo começou 🔙
O conceito foi introduzido pela empresa no final de 2015 com o Year in Music, uma campanha global de três níveis: um review do ano do Spotify (principais listas), uma review do ano dos fãs e uma review do ano dos artistas.
Isso deu o tom para a experiência Wrapped que as pessoas passaram a conhecer e amar, atraindo mais de 5 milhões de usuários únicos naquele ano.
No entanto, um dos grandes contribuintes para esse efeito massivo de viralização que vemos atualmente foi o formato modelado para compartilhamento nos stories.
Curiosamente, dizem os rumores — embora nunca tenha sido confirmado pelo Spotify — que a ideia foi dado por uma estagiária, em 2019.
Jewel Ham pegou o que era principalmente uma experiência de desktop e sugeriu aos executivos da gigante sueca que criassem uma campanha baseada em redes sociais que fosse personalizada para cada um dos usuários. Abaixo o pitch deck dele:
Após o sucesso inicial, com mais de 60 milhões de usuários interagindo com o conteúdo, o recurso foi ganhando atualizações anuais, com novas funcionalidades e mais informação compartilhável.
Em 2020, incluía métricas relacionadas a podcasts e desafios de hashtag para o TikTok. Dois anos depois, adicionou 16 personalidades baseadas no tipo de música escutada pelo usuário ao longo do ano e em outros aspectos. O resultado:
Mais de 156 milhões de pessoas engajaram com o "Wrapped" na plataforma em 2022, um aumento de 30% em relação ao ano anterior;
Cerca de 425 milhões de tweets gerados nos primeiros 3 dias.
Para este ano, a novidade é a “evolução musical” do usuário, um novo recurso que consiste em frases que definem os hábitos de um usuário em um mês específico, como “princesa rosa do pilates” para quem escutou Sabrina Carpenter e Charli XCX.
(Imagem: Spotify)
O que realmente importa nisso?
Além de proporcionar uma excelente forma de engajamento para as pessoas, também funciona como uma máquina de publicidade gratuita para a empresa — até mesmo antes de ser divulgado.
Para ser ter uma ideia, mais de 200 mil usuários curtiram um tweet de alguém que disse que seu Wrapped “será constrangedor este ano”.
Por falar em constrangimento… Uma pesquisa feita pelo Spotify em 2023 apontou que 7 a cada 10 usuários tinha vergonha de postar o Wrapped nas redes sociais. Se o volume de compartilhamentos já é assustador, imagine só se essa turma postasse. risos.
A verdade é que, enquanto empresas são criticadas pela maneira como rastreiam, guardam e usam os dados de seus usuários, a gigante sueca não só consegue “evitar” esse julgamento como criou uma experiência da qual todos desejam fazer parte.
Não à toa, Apple Music e Deezer criaram suas versões do “Wrapped” para não ver seus usuários migrando para o Spotify. Fora do áudio, The Washington Post, Duolingo e até a Wikipedia geraram retrospectivas, inspiradas na empresa fundada por Daniel Ek.
Você já conferiu o seu Wrapped deste ano?Comenta qual foi o seu artista e/ou podcast mais escutado. |
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