O mercado bilionário das revendas

O mercado bilionário das revendas
INFOGRÁFICO #236

Sabe aquela camiseta que você adora, mas não utiliza tem um tempo? Ou aquele tênis que você comprou, mas não usou tanto porque machuca o seu pé?

Pois é. Se existe algo que inúmeras pessoas têm em comum é alguma vestimenta ou calçado esquecido em seus guarda-roupas.

No entanto, esses itens estão sendo cada vez mais aproveitados… No armário de outras pessoas.

O mercado global de roupas de segunda mão e revenda está crescendo exponencialmente desde 2021 e deve superar a marca dos US$ 350 bilhões em 2027.

Só nos Estados Unidos, estima-se que esse segmento alcance US$ 70 bilhões nos próximo 4 anos, um aumento de quase 80% em comparação a 2022.

De fato, três em cada quatro consumidores americanos já compraram ou estão abertos a comprar itens usados. Entre as principais razões citadas estão:

  • Ampla seleção de produtos 👚

  • Qualidade 👌

  • Valor 🔍

💰 Falando em valor… O mercado de revendas tornou mais fácil para que milhões de pessoas pudessem recuperar um pouco daquele investimento feito em produtos de grife.

Aproximadamente 45 bilhões de euros foram movimentados em 2023. O segmento já equivale a 12% do valor de mercado de novos bens pessoais de luxo.

E a coisa não para por aí. Certos itens, seja pela exclusividade ou pela escassez do modelo, chegam a ser revendidos por preços até 39% mais caros que sua versão não usada, como os relógios das marcas Rolex e Patek Philippe.

Por outro lado, outros produtos usados de grife podem ser encontrados por valores até 56% menores.

Essa popularidade do mercado de segunda mão também contribui para que as marcas – não só as de luxo – entendam o quanto são desejadas pelos consumidores. Abaixo dois exemplos:

  • A grife britânica Burberry observou uma queda de 17% no valor médio de revenda, um sinal não muito positivo para o diretor criativo Daniel Lee, contratado em 2022 para alavancar as vendas da empresa.

  • Em contrapartida, a grife italiana Salvatore Ferragamo, que passa por uma revitalização, viu um aumento de 43% em 2023.

A Ferragamo, inclusive, considera a revenda como uma das melhores formas de introduzir o mercado de luxo aos membros da geração Z.

Enquanto isso, no Brasil…

O segmento de segunda mão também está expandindo. No Rio de Janeiro, por exemplo, o mercado de brechós cresceu 50% no período pós-pandemia. O público-alvo: jovens de até 29 anos.

Um case de sucesso é o da TROC. Criada em 2016, a plataforma alcançou um faturamento de R$ 10 milhões em menos de 3 anos.

Em 2020, ela foi comprada pela Arezzo&Co e, hoje, possui uma central que “abriga 100 mil roupas de segunda mão”.

(Imagem: Troc | Reprodução)

A Peça Rara, por sua vez, projetou terminar 2023 com 140 unidades espalhadas pelo país — a rede faturou R$ 86 milhões no ano anterior.

Looking forward: Projeta-se que o mercado de segunda mão no Brasil cresça de 15% a 20% anualmente até 2030. É… Pelo visto Roupa Nova vai ser só a banda mesmo. risos.